Em meus primeiros anos de conflito sexual, eu nunca pude levantar a minha mão no círculo de oração, ou escola bíblica dominical e dizer: “Ajude-me por que acho que sou homossexual!” Isso era improvável por dois motivos: medo da minha parte, e indiferença por parte da igreja. Honestamente, a solidão foi o lugar onde eu travei verdadeiros combates para me livrar desses males emocionais e sexuais, mas não recomendo a ninguém lutar sozinho. Esse foi um dos motivos que me fizeram a atuar arduamente nessa obra, porque muitos dos que discipulei, lembravam do meu conflito em fase inicial.
Uma das primeiras coisas que eu fiz, depois da minha conversão foi pedir para Deus me capacitar, porque eu queria alcançar vidas aprisionadas pelas mesmas amarras que eu conhecia muito bem. Não queria que o mesmo acontecesse com as pessoas que eu amava. Nunca medi esforços ou distancias porque sei o quanto é terrível suportar um fardo sozinho; ter que disfarçar um sorriso, fingindo que esta tudo bem, mas dentro de si tem um grito sufocado, desistido de pedir ajuda.
Quando a igreja trata com desprezo as pessoas que foram enganadas e seduzidas pela homossexualidade, ela está praticamente jogando o coitado ou a coitada para as ciladas deste século. É inadmissível que alguém que luta contra males tão graves, ao se converter, seja mantido fora do convívio da congregação, e seja tratado com desconfiança e desamor. Ao invés disso, devemos amá-los, cuidar deles como cordeirinhos, para que sejam pastoreados com aconselhamentos bíblicos, sempre visando o bem estar espiritual, emocional e social, até que se tornem ovelhas. Lamentavelmente é muito comum à liderança preocupar-se mais com a quantidade de discípulos e líderes, formando-os de qualquer jeito, do que doutriná-los para crescerem com o caráter irrepreensível de Cristo.
A igreja facilita a entrada da homossexualidade quando concorda com o pecado, ou “cruza os braços” diante da prática. Simplesmente agem com desamor e não vive o amor que pregam com tamanha empolgação em seus púlpitos. Negam ajuda a homossexuais, ou qualquer outra vítima da imoralidade sexual, e os impedem de beberem o cálice da salvação de Jesus Cristo.
Vejo que os principais programas de rádio e televisão evangélicos no Brasil, com freqüência apresentam debates que confrontam abertamente o movimento homossexual. Eles ensinam que tal pratica é um pecado, e isso é muito interessante. Falam que a homossexualidade é uma conduta vergonhosa para quem pratica, mas esquecem de ensinar como podemos ministrar para eles, de maneira que eles venham conhecer o amor de Deus. Muitos nos convocam a lutar contra eles, mas poucos nos ministram como ajudá-los a resolver seus problemas.
A Homossexualidade é uma conduta vergonhosa, sem dúvida nenhuma. Mas, somente para os homens, para Deus é um pecado como outro qualquer. E uma hipocrisia achar que é um pecado pior do que os outros. Não se trata de uma simples possessão que pode ser resolvida com uma gritaria de crentes fanáticos, não é culpa somente da “pomba gira”, mas é o resultado de uma cultura decadente, que perdeu os valores familiares e esta iludida com seus excessos de promiscuidade.
Fomos chamados por Deus para fazermos a diferença em um século tão conturbado. A liderança das igrejas precisa compreender no espírito a proposta de redenção que Deus oferece aos homossexuais. Precisamos arregaçar as mangas e colocar a mão no arado, porque a seara já esta pronta e poucos são os ceifeiros dispostos a pagar o preço.