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domingo, 29 de janeiro de 2012

Vander Rodrigues fala em entrevista ao blog sobre seu primeiro livro "Declarações de uma Alma Livre".

Entrevista sobre o livro

Escritor amazonense lança livro polêmico sobre a homossexualidade

Informativo ADQA: Como surgiu a idéia de escrever Declarações de uma Alma Livre?

A idéia original era escrever um livro sobre as minhas traumáticas experiências na homossexualidade abordando a agressão sexual e a doença que contrai durante esse tempo, e principalmente como superei essa fase. Depois, decidir escrever sobre pedofilia, lesbianismo, vítimas de abusos sexuais e pornografia. Mas, era um sonho que permanecia guardado dentro de mim, sem nenhum esforço para torná-lo realidade.

O ponta pé inicial aconteceu quando eu resolvi postar um trecho do meu testemunho de vida no site da igreja que congrego e durante uma semana eu recebi cerca de 700 e-mails de pessoas e percebi que poderia ter uma boa repercussão.

Eu já tinha um argumento e os personagens reais, mas precisava organizar as idéias e escrever uma história atrativa e de fácil entendimento para o leitor. Tudo está baseado em minhas próprias experiências.  Escrevi artigos que eu julguei ser importante pra quem quer sair da homossexualidade e pra quem tem um parente ou amigo envolvido nesse desvio sexual. Levei dois anos para organizar tudo, porque os manuscritos renderam 400 páginas. Aí eu constatei que eu não poderia publicar tudo de uma vez porque seria muita informação pra ser assimilada tudo de uma vez, então dividir a obra em três volumes. Cada um contendo 100 páginas.
Eu demorei em encontrar um nome apropriado para o livro. Acho que eu demorei, mas tempo para nomeá-lo do que para concluí-lo. A minha maior preocupação era com o leitor que não queria expor a sua vida quando fosse comprar esse livro, ou ler em lugares públicos. Precisava ser bastante discreto, mas ao mesmo saber atrair o publico específico. “Declarações de uma alma livre” surgiu com a intenção de não ser explícito, mas objetivo e subjetivo. A capa foi mais fácil. Maycon Mendonça fez uma obra de arte expressando a sensação de ser livre, através do vôo dos pássaros.
Como no Brasil não temos nenhum incentivo de editora para os novos autores, eu resolvi partir pra produção independente, e tive um enorme trabalho. A parte mais difícil foi negociar com gráficas. Tive problemas com muitas em relação a prazo de entregas e de extravio de arquivos. Mas, hoje já estou superando tudo isso. Procurei aprender tudo sobre editoração, pedir ajuda para a revisão, capa, etc e publicar sozinho.
Eu tive que aprender a mexer com diversos aplicativos para a produção dele e baratear os custos, para não ficar extremamente alto.
Informativo ADQA: Em seu livro, você fala que sofreu agressão sexual, sobre o HIV e do preconceito que enfrentou dentro das igrejas. Você não teve preocupação ou medo de se expor dessa maneira?
Não, sinceramente eu não me preocupei com isso a ponto de desistir dessa obra. Também eu não tive medo, devido a minha fé em Deus. Acredito que os anos em que enfrentei todos esses traumas me trouxeram maturidade para eu valorizar o que é realmente importante pra mim e não o que as pessoas pensam. Compreendo que a maldade humana está por toda parte, mas nada mais atingi alguém que aprendeu superar tantas tragédias. Eu me preocupo apenas em alcançar as pessoas que estão confusas em relação a sua sexualidade e falar para elas que podem ter opções em suas decisões.
Informativo ADQA: Você sofreu algum tipo de preconceito ou discriminação por publicar esse livro?
Sinceramente, eu não passei por nenhuma situação dessas em relação à publicação ou repercussão de minha obra. As pessoas estão gostando do que estão lendo e fazendo comentários satisfatórios. Elas lêem, comentam, compartilham com as outras com enorme aceitação e admiração. Mandam e-mail ou telefonam comentando alguma parte ou personagem que chamou a atenção, que emocionou ou mesmo que ajudou a superar seu conflito pessoal. Isso tudo pra mim já valeu todo o meu esforço.
Informativo ADQA: A maioria das pessoas não acredita que possa existir um ex-gay. Como você tem lidado com essa opinião?
As pessoas não acreditam na transformação do homossexual porque tem medo de mudar, tanto o pensamento quanto o estilo de vida. As pessoas não acreditam na transformação alheia, por que já desistiram da transformação de si mesma. Preferem permanecer na mesmice de uma vida medíocre a alcançar algo novo. Infelizmente o medo da mudança é maior do que a dor de não estar vivendo.
Acredito que a mudança é possível quando se tem força de vontade e convicção na decisão que tomamos. Demorei muito pra chegar onde estou, embora eu ainda tenha que andar muito. Não dependi de rituais religiosos ou terapia psicológica, mas tudo girou em torno dos meus esforços próprios, e acima de tudo de minha fé em Deus.
Informativo ADQA: Movimento Homossexual esta crescendo e conquistando espaço na sociedade. Falar contra o homossexualismo pode ser encarado como um crime. Você não tem medo de ser acusado de incentivar o preconceito ou a homofobia?
Eu poderia ser acusado de ser preconceituoso se falasse de algo que não vivi, mas tudo o que escrevi está consolidado no que presenciei intimamente. Seria preconceito se eu falasse de um tema do qual apenas observei de longe, mas eu pratiquei a homossexualidade e cair fora porque não servia pra minha vida. Através do que escrevo, eu deixo bem claro que sou contra a homofobia, sendo que eu já fui vitima em potencial desse mal. Em meu ponto de vista, a homofobia é uma maneira estúpida e ignorante que as pessoas usam para expor sua opinião contra a homossexualidade.  Não sou contra os homossexuais uma vez que eles não são criminosos. Mas não concordo com o estilo de vida que muitos deles levam. Essa é a minha opinião e tenho direito de expressá-la.
Acredito que cada pessoa é livre pra seguir seu próprio caminho. Porém, para ela escolher seu próprio caminho, tal pessoa precisa de opções. O Movimento homossexual apresenta a opção de sair do armário. Em meu livro, eu apresento a opção de superar o desvio sexual. Quem vai decidir qual caminho vai seguir é o leitor.
Informativo ADQA: Como você ver a homossexualidade?
Quem conhece o estilo de vida gay sabe que é um vício. Começa pela carência e leva o individuo a procurar saciar essa carência com qualquer um, a qualquer momento e em qualquer lugar. Em muitas vezes, sem a menor proteção e sem ao menos saber o nome do parceiro. Parece que ninguém quer algo sério e traem na primeira oportunidade que aparece. Não vejo nenhum lado positivo em assumir um desvio sexual, ou basear suas decisões em sentimentos e desejos que podem muito bem ser vencidos com a orientação certa. Não sou contra e não julgo quem não tem problemas com a homossexualidade, meu propósito é mostrar direcionamento pra quem não quer viver nesse tipo de orientação sexual.
Informativo ADQA: Em seu livro, você apresenta temas relacionados com a família, como “Marido gay, o que fazer?” e “Meu filho é gay, de quem é a culpa?”.
Tratar o homossexual é importante, mas oferecer ajuda e apoio para os pais, às esposas e aos filhos é fundamental. Rejeição, indiferença, desespero e amargura. São muitos os traumas que os pais enfrentam quando o descobrem que o filho saiu do armário, e por não compreenderem o que está acontecendo, tomam atitudes erradas que em nada ajuda. Em minha obra, eu apresento algumas diretrizes para eles encontrarem apoio e conforto em seus conflitos pessoais. Muitos pais tiveram que receber ajuda espiritual e terapêutica no mesmo nível do que os filhos, mas o resultado foi surpreendente.
Informativo ADQA: Para encerrar, quais os pontos marcantes de Declarações de uma Alma Livre e um recado para os leitores?
Eu sou a pessoa mais suspeita pra falar que o livro é todo interessante. O livro tem varias lições de vidas, algumas foram escritas propositalmente outras apareceram por lá sem eu ao menos perceber. Nele estão inseridos histórias de pessoas que fizeram parte da minha vida por muito tempo. Mas, há algumas partes que posso destacar:
Gosto muito do que escrevi sobre a minha própria vida porque me faz lembrar de como superei tantas coisas, através da minha fé em Deus. A parte que falo sobre o papel dos pais na formação do caráter e da personalidade dos filhos é muito interessante e já resolveu traumas de muitas famílias. Além de oferecer ajuda para as mulheres que descobrem que o marido é gay e que não tem culpa disso.  Também gosto do que escrevo sobre o dilema do abuso sexual na vida de muitas pessoas.
Além disso, outra parte que gosto muito é quando perdôo o rapaz que me agrediu sexualmente e faço dele e de sua esposa meus melhores amigos. Isso é magnífico e um exemplo maior de que superei esse trauma.
Brevemente estarei lançando a segunda e melhorada edição do primeiro volume, e ainda esse ano estarei publicando o segundo livro. Agradeço a todos que me apoiaram e todos os meus leitores que me motivam a continuar escrevendo com tanto carinho e devoção.